A campanha eleitoral presidencial veio desmascarar o ponto a que
se chegou em alguns meios da comunicação social e a vergonhosa submissão das
suas direcções e de alguns jornalistas que, mais papistas do que os papas, mais
não fazem do que amplificar a voz dos donos.
A eles se juntam alguns comentadores, analistas e escribas de
variada estirpe que independentemente da valia e da extensão dos seus
conhecimentos, são escolhidos pela sua capacidade de inflectirem a balança do
poder para o prato de quem lhes paga.
As poucas excepções, valem como válvula de escape de um sistema
distorcido e como prova de vida de pluralidade de opinião, ainda que
deficiente.
O caso mais notável de um iluminado bem pago, pois a notoriedade
tem também um preço, é Vasco Pulido Valente, que arvorado em consciência da
nação se esquece das tristes figuras que fez ao desertar de responsabilidades
políticas voluntariamente assumidas e que, não sendo mais do que um piolho
gordo e destacado desta piolheira de que se julga alheio, vomita na ressaca da
sua ébria mania das grandezas dislates, ofensas e patetices pueris.
Daqui não vem mal nenhum ao mundo pois já ninguém, com dois dedos
de testa, leva a sério o seu despeito e a sua maledicência ou as dos que se lhe
assemelham, em pose e estatuto.
Realmente perigosos são os jornais e as televisões, ditas de
referência, onde as direcções impõem critérios jornalísticos que não passam de
meros programas propagandísticos, e os jornalistas que os alimentam ignoram o
código deontológico da profissão, baseado na procura da verdade, com
objectividade e isenção.
E, para não entrar em generalizações abusivas, chamo a atenção
para alguns dos meios de comunicação que têm vindo a cobrir despudoradamente a
acção dos candidatos à Presidência da República com o objectivo de catapultar
Marcelo Rebelo de Sousa para a glória e, cumulativamente, ignorar ou minimizar
António Sampaio da Nóvoa e todos os outros candidatos.
O Diário de Notícias de Lisboa, onde é óbvio o agendamento de
notícias e comentários favorecendo MRS, permitiu-se o absurdo de publicar na
passada semana uma entrevista com ele realizada em Agosto !!!
E outro caso lamentável é o do jornalista Ferreira Fernandes, que
nos habituáramos a respeitar pela inteligência e acurado espírito independente,
quando travestido de comentador, se permite, na última página do seu jornal,
fazer propaganda ao seu candidato.
O Público, que nos toma a todos por tontos, não contente com a
sistemática publicidade que vem fazendo ao mais poupado de todos os candidatos
que, ao servir-nos como sopa fria os custos da sua campanha também nos julga
patetas, traz no dia 3 de Janeiro, Domingo, uma entrevista profusamente
ilustrada com fotografia de capa inteira e oito páginas (1 à 8).
Acompanham-na uma notícia sobre as duas candidatas em duas
páginas, (10 e 11), e Sampaio da Nóvoa merece menos de um terço da página 61.
Palavras para quê ? É um artista português.
Mas a pouca vergonha não acaba nem começa no Público, embora este
se esmere em esquecer quaisquer normas deontológicas, na oportunidade destas
eleições.
O devotado e servidor jornal I não deixa os seus créditos
marcelistas e a sua fobia a Sampaio da Nóvoa, por mãos alheias, no que é bem
acompanhado pelo Observador, por
Henrique Monteiro e o seu Comendador e até pela insuspeita Clara Ferreira
Alves, os mais acreditados jornalistas (?)/comentadores (?) do Expresso,
esquecida já a cuca lélé do seu proprietário.
A estes jornais juntam-se as televisões.
Ontem, na RTP1, o
romancista José Rodrigues dos Santos que se julga mais importante e inteligente
que qualquer entrevistado e procura sempre, através das suas vítimas
televisivas, impingir as soberbas opiniões que lhe jorram sob a artística
cabeleira, permitiu-se interrogar António Sampaio da Nóvoa, armado em
Torquemada de algibeira, e esqueceu-se de inquirir equilibradamente os
candidatos sobre o que pretendiam fazer na Presidência.
Grande jornalista.
E porque o escândalo foi grande, convêm não esquecer os programas
de entretenimento da TVI com MRS, mascarados de informação, e as fantásticas
entrevistas que aí lhe fizeram.
Esta bambochata tem de acabar.
Temos de opor a esta conspícua estratégia, bem delineada pelos
apoiantes de MRS, uma resposta firme que garanta pluralidade informativa e
decência ética na comunicação social, sob o risco de tornarmos esta eleição,
radicalmente, numa caricatura democrática.
Sabemos que os apoiantes de Marcelo estão inquietos com a
possibilidade de António Sampaio da Nóvoa lhe fazer frente, pois sabem que a
sua eleição, com a pulverização de votos à esquerda, apenas será possível na
primeira volta.
Eles sabem, que se tiverem de enfrentar na segunda volta António
Sampaio da Nóvoa, outro galo cantará.
O destempero dos órgãos de comunicação, que perderam com o pudor,
a razão da sua existência e do seu papel social, é a melhor prova da força de
António Sampaio da Nóvoa e sinal de perturbação nos seus adversários.
Vamos fazer-lhe jus e garantir que a manipulação sem vergonha não
passa impune.
Francisco Faria Paulino
Coordenador da Campanha de António Sampaio da Nóvoa na Região
Autónoma da Madeira
Funchal, 3 de Janeiro de 2016