Um País, um Presidente
Durante os últimos anos ouvimos e dissemos muitas vezes
que a política não interessava, que os partidos não prestavam e que os
políticos eram todos iguais. Alguns chegaram a dizer que no outro tempo é que
era, porque havia ordem. Pobres, mas honrados, com Deus, Pátria e Família como
desígnios nacionais. Acrescentaram-lhes Fátima, Fado e Futebol e assim calaram
tantos com tão pouco. Porque naquele tempo é que era.
Dia 24 não mudamos tudo, mas podemos mudar qualquer coisa,
em particular o povo que temos sido: decidido ou decisivo; estagnado ou
renovado; amargurado ou confiante. O que temos todos de novo nas mãos é a
oportunidade de escolher que povo somos, à imagem de quem escolhermos como
representante máximo da nação. Desta vez podemos mesmo escolher: entre homens e
mulheres, madeirenses e continentais, militantes e não militantes; entre fazer
diferente ou deixar tudo na mesma, abrir a outros ou entregar aos mesmos, um
futuro diferente ou um passado que quer ser presente.
Sei bem que Presidente da República quero: um Presidente
que represente os mais velhos que desistiram da política e os mais novos que
nunca confiaram nela, que simbolize a cidadania como complemento à política de
sempre e que una os que acreditam e os que não acreditam nos partidos, nos políticos
e na política. Que acredite num país que não condene os jovens ao desemprego, a
estágios não remunerados, a baixos salários, à precariedade e à emigração. Um
país onde os mais jovens construam o futuro: nas Universidades, nas Empresas,
na Educação, na Saúde, no Desporto, na Cultura e em todas as áreas em que estão
envolvidos. Um país com espaço para todos, onde as mulheres têm o direito a ser
iguais: no acesso ao emprego, na remuneração e em todos os momentos das suas
vidas. Onde todos têm tempo para constituir família, educar os filhos e estar
com amigos. Acredito num Presidente que venha para fazer diferente e não para
deixar tudo na mesma. Que seja contra todas as desigualdades, por todas as
igualdades e pela liberdade pessoal de todos em todas as circunstâncias. Que
conte verdadeiramemte com todos.
Domingo a decisão é nossa. É o nosso país e o nosso futuro
que conta. É hora de nos chegarmos à frente - e eu vou por Sampaio da Nóvoa.
João Pedro Vieira
PRESIDENTE DA AAUL